Prof. Dr. Italo León, coordenador de área do PIBID - Letras/Espanhol apreciou o acervo da artista que já foi tema de estudos na UNIFAL-MG
Trabalhos elaborados por Violeta Parra, os quais se encontram no interior do Museu
Violeta del Carmen Parra Sandoval,
popularmente conhecida como Violeta Parra (1917-2017), foi muito
conhecida no contexto ibero-americano e mundial pelas significativas
canções que compôs como “Graças à vida” (Gracias a la vida) e “Voltar aos dezessete” (Volver a los diecisiete),
as que foram imortalizadas na voz inconfundível de Mercedes Sosa e de
outros consagrados artistas da música popular latino-americana e
hispânica como Joan Manuel Serrat, León Gieco, Plácido Domingo, Joan
Baez, Silvio Rodríguez, Pablo Milanés, incluindo, também, as
inconfundíveis vozes dos brasileiros Milton Nascimento, Elis Regina,
Chico Buarque e Caetano Veloso, entre alguns deles.
"O legado que Violeta Parra deixou é
inestimável para a cultura latino-americana e como artista musical ela
contribuiu sobremaneira para o desenvolvimento do movimento chamado de
'nova canção' em seu país, o Chile, porém sua abrangência e influência
envolveu toda a América do Sul", comenta o professor Italo Oscar
Riccardi León, docente do Instituto de Ciências Humanas e Letras da
UNIFAL-MG, que visitou recentemente o Museu Violeta Parra, no Chile.
De acordo com o professor, Violeta Parra foi uma
artista que se pode considerar múltipla, ou seja, além de compositora e
cantora, ela foi folclorista, pesquisadora, colecionadora, poetisa,
pintora, escultora, bordadora e ceramista, e uma mulher artista que,
juntamente com expor suas pinturas, óleos, arpilleras e esculturas em
arame, no Museu de Artes Decorativas do Louvre, em Paris (1964), foi a
primeira artista latino-americana a ter uma exposição individual nesse
espaço.
A vida da artista é resgatada no livro “Violeta se fue a los Cielos” de Ángel Parra (2006), filho de Violeta Parra, e no cartaz do filme homônimo “Violeta foi para o céu”, uma adaptação cinematográfica do diretor Andrés Wood (2011). "O
filme conta a trajetória da compositora, cantora e artista Violeta
Parra, porém, não segue uma linha cronológica e se foca em diversos
momentos da vida da artista, assim como sua infância na província de
Ñuble, sua viagem pelo interior do Chile, as visitas à França e à
Polônia, além do romance que ela teve com o suíço Gilbert Favre", esclarece
Prof. Italo, acrescentando que o filme é inteiramente intercalado com
trechos de uma entrevista que Violeta Parra deu à televisão em 1962. O
professor revela também que, em 2014, o ex-discente do curso de Letras e
de Iniciação Científica, Leandro de Souza, apresentou seu Trabalho de
Conclusão de Curso - TCC, como requisito final para obtenção do Grau de
Bacharelado com habilitação em espanhol, fazendo um estudo comparativo
entre as memórias de 'Violeta se fue a los Cielos' de Ángel Parra, e a
versão homônima para o cinema de André Wood, sob a orientação do próprio
professor Italo. O discente foi premiado em 1º lugar nos trabalhos de
IC em evento integrado promovido pela Pró-Reitoria de Extensão.
O docente da Universidade descreve Violeta Parra como uma artista
múltipla cujo acervo artístico vale a pena conhecer e/ou mergulhar pela
sua qualidade criativa, representar e retratar, força de sua palavra
(verbo) e modo de dizer o que pensava, de forma direta, e “sem ter papas
na língua”. Sua trágica morte em 1967, até hoje de causas
desconhecidas, existindo só indícios do seu suicídio, a destacam como
uma figura e mulher além do seu tempo, muito próxima do povo, e bastante
comprometida com seus afazeres artísticos e linha de pensamento
político-social de caráter comprometido.
A Fundação Museu Violeta Parra foi criada no dia 19 de novembro de 2014 –
fundação cultural de direito privado, sem fins lucrativos -, com o
objetivo de conservar, restaurar, difundir e valorizar a obra artística
de Violeta Parra. Em particular, seu objetivo é administrar o Museu
Violeta Parra, que se constitui como um espaço cultural em homenagem à
memória, trabalho e legado de uma das maiores e mais multifacetadas
artistas chilenas. Seu patrimônio inicial está composto por obras
artísticas dos gêneros plásticos e visuais, que foram obtidas em regime
de comodato pela fundação Violeta Parra no momento de sua criação. "O
Museu Violeta Parra é a concretização de um desejo que por anos possuiu
os filhos da artista, Isabel e Ángel Parra, que através da Fundação
Violeta Parra e após um longo trabalho, conseguiram reunir as obras que
hoje são exibidas neste espaço, muitas das quais estavam dispersas por
diferentes pontos do planeta devido à natureza generosa da artista, que
as presenteava a seus amigos e conhecidos", conclui.
Registro
da presença do professpr Italo Oscar Riccardi León, do Instituto de
Ciências Humanas e Letras (ICHL), visitando o Museu Violeta Parra,
inaugurado no dia 4 de outubro de 2015 – 98 anos após o nascimento da
artista – em cerimônia presidida pela atual Presidenta Michelle Bachelet
do Chile
OS ESPAÇOS DO MUSEU
Rampa
Ao entrar no museu se descobre uma longa rampa, à
qual se convida caminhar com lentidão, para adentrar-se no universo da
artista, através de sua música e do poema “Defesa de Violeta”, escrito
por seu irmão Nicanor.
Sala Audiovisual
É um espaço íntimo para adentrar-se na vida e na
obra de Violeta Parra, através de valiosos registros audiovisuais e
documentais.
Sala Humana
Localizada no piso superior do museu, exibe obras
que representam a vinculação de Violeta Parra com as tradições populares
e o mundo operário e camponês. Ali estão obras que falam da importância
da dança, de sua proximidade com o circo e de suas grandes amizades,
dentre outras. Também está presente seu guitarrón, instrumento de origem
chilena utilizado preferencialmente para a interpretação do Canto ao
Humano e ao Divino.
Sala Divina
Nesse espaço percorre-se a conexão de Violeta
Parra com a religiosidade e o mundo espiritual, sempre a partir dos
costumes populares chilenos. A imagem de Cristo, a fé, o celestial e a
morte e seus rituais – como o velório do anjinho – tomam conta da
exposição, que é complementada com outro instrumento musical da própria
artista: sua harpa.
Bosque Sonoro
Instalação através da qual os visitantes podem ter
uma experiência sensorial e de aproximação à música da artista por meio
de troncos sonorizados.
Sala Educativa
Concebida especialmente para os estudantes, este
espaço possui uma série de dispositivos interativos que, através da
música, das texturas, aromas ou poesia, permitem a seus visitantes
compreender da melhor forma o contexto em que produziu a multifacetada
Violeta Parra. Está pensado para abrigar oficinas de diferentes níveis
educacionais, complementando assim as visitas guiadas realizadas por
nossa equipe de mediação.
Sala Antar
Com capacidade para 100 pessoas, o auditório do
museu se apresenta como um lugar moderno e acolhedor, destinado à
realização de espetáculos musicais, debates ou outros tipos de
atividades. Rodeado de obras da artista, conta com um cenário e
tecnologia que permitem apresentações com os mais altos padrões de
qualidade. Tudo em uma localização privilegiada, no centro de Santiago,
capital do Chile, e imerso em um espaço de enorme valor cultural.
A exposição permanente do Museu Violeta Parra está
composta por 23 obras, entre as quais se encontram óleos, arpilleras e
papel machê, além de objetos pessoais – como sua harpa, seu guitarrón e
sua máquina de costura – e documentos que mostram o processo criativo
que a levou a elaborar seus trabalhos visuais e musicais. Todas elas
estão expostas em dois salões, cuja museografia desenhada pelo MUSEAL
representa as dimensões humana e divina da artista, onde pode-se
apreciar o trabalho multidisciplinar e o resgate do folclore que Violeta
Parra realizou, incentivada por seu irmão Nicanor. Estas duas dimensões
estão vinculadas à tradição camponesa do “canto ao poeta”, onde
sobrevive o canto ao humano e o canto ao divino. A mostra contém aquelas
canções que “se pintam e bordam”, como a própria Violeta dizia, e que
resgatam as tradições populares do mundo operário e camponês, as
essências populares. O Museu é um espaço desenhado pelo arquiteto
Cristián Undurraga, que permite tomar contato com o enorme legado
artístico, social e cultural que Violeta Parra deixou ao Chile e ao
mundo.Violeta Parra dedicou-se de forma autodidata ao estudo das
manifestações artísticas populares, o que a tornou uma figura
emblemática pelos acontecimentos que marcaram sua vida e que a
transformaram numa personalidade apaixonante de se conhecer, compreender
e estudar. Assim, por exemplo, em 2011, o diretor de cinema Andrés
Wood, dirigiu o filme “Violeta foi para o céu”, versão homônima do livro
de memórias “Violeta se fue a los Cielos” de Ángel Parra (2006), filho
de Violeta Parra, texto que descreve passagens da vida de Violeta Parra
visando retratar um perfil sobre a vida e a obra de Violeta Parra.
Violeta Parra 100 años
Cancionero Popular Violeta Parra
Cuaderno Pedagógico Violeta Parra
Defensa de Violeta Parra
(Poema dedicado a Violeta Parra pelo seu irmão Nicanor Parra, após seu falecimento)
Com informações e imagens: Italo Oscar Riccardi León, docente do Instituto de Ciências Humanas e Letras da UNIFAL-MG
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